Situado na
área de transição entre as regiões norte, nordeste e centro-oeste, o cerrado
maranhense, situado principalmente no planalto da região sudeste, ocupa aproximadamente10
milhões de hectares (5), cerca de 30% da área total do estado, abrangendo 33
municípios, 23 dos quais possuem a quase totalidade de suas áreas cobertas por este tipo
de vegetação.
Segundo
HERINGER (6) o cerrado do meio-norte (Piauí e Maranhão) é semelhante ao do Brasil
central no que tange as características fisionômicas e estruturais, contudo estas
regiões apresentam uma divergência quanto a composição florística.
Estudos
indicam que esta individualidade florística de cada região alcança 50% de espécies
comuns nas duas áreas, incluindo-se neste caso espécies como Acosmium dasycarpum,
Bowdichia virgilioides, Curatella americana e Tabebuia caraiba. Por
outro lado, espécies como Caryocar cubeatun, Copaifera rigida, Mimosa lepidophora
e Cassia excelsa são exclusivas deste cerrado marginal, sendo, na maioria das
vezes, oriundas de outras formações vegetais.
A ocupação do
Cerrado
O precursor do processo de
ocupação do Brasil central, no século XVII, foi o interesse por ouro e pedras
preciosas. Pequenos povoados, de importância inexpressiva, foram sendo formados na
região que vai de Cuiabá a oeste do triângulo mineiro, e ao norte da região dos
cerrados, nos estados de Tocantins e Maranhão.
Contudo, foi somente a
partir da década de 50, com o surgimento de Brasília e de uma política de expansão
agrícola, por parte do Governo Federal, que iniciou-se uma acelerada e desordenada
ocupação da região do cerrado, baseada em um modelo de exploração feita de forma
fundamentalmente extrativista e, em muitos casos, predatória.
A explosão
agrícola sobre o cerrado deparou-se com uma região de solos, caracteristicamente, com
baixo teor nutricional e ácidos. Estes, na maioria dos casos, não submetidos a qualquer
trato cultural e ainda expostos a ciclos periódicos de queimadas, em poucos anos
tornavam-se inviáveis para a produção a nível comercial. Esta situação iniciava um
processo migratório das lavouras em busca de novas áreas de plantio. Comportamentos como
estes podem ainda ser observados entre os pequenos produtores na região do cerrado.
O desmatamento, para
a retirada de madeira e produção de carvão vegetal, foram, e ainda são, atividades que
antecederam e "viabilizaram" a ocupação agropecuária do cerrado. Estima-se
que até o ano 2000 mais da metade da área total do cerrado atual esteja modificada pela
atividade agropecuária.
Concominantemente
com o aumento das atividades agropastoris, o acelerado ritmo do processo de urbanização
na região, no período de 1970-91 houve um incremento demográfico de 93% na região dos
cerrado, também tem contribuído para o aumento da pressão sobre as áreas ainda não
ocupadas do cerrado.
Estima-se que atualmente cerca de 37% da área do cerrado já perderam a cobertura
original, dando lugar a diferentes paisagens antrópicas. Da área remanescente do
cerrado, estima-se que 63% estejam em áreas privadas, 9% em áreas indígenas e apenas 1%
da área total do cerrado encontra-se sob a forma de Unidades de Conservação Federais.
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